sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Respeite os elefantes!


O elefante no nosso espaço

O elefante está no nosso espaço
Ele é gordo e é difícil contorná-lo.
Nós nos esprememos em volta dele dizendo: “Como vai?” e “Bem, obrigado...”
E muitas outras frases fúteis.
Falamos do tempo.
Falamos do trabalho.
Falamos de todas as outras coisas...
Menos do elefante no nosso espaço.
Sabemos todos que ele está aqui.
Pensamos todos nele enquanto conversamos.
Pensamos nele constantemente,
Pois sabe, é um elefante muito grande(...)
 Terry Knettering

Um elefante merece respeito. Algumas culturas veneram o animal, o consideram sagrado. Eu acho os filhotes uma graçaSão tão bobos! Servem até para divertir. Quem tem um sabe do que estou falando. Certo dia apareceu um desses aí na minha casa e empacou bem no meio da sala. Quando me cansava de assistir tv, pam! lá estava o elefantinho pra que me ocupasse com ele. O elefantinho cresceu e eu fui me acostumando com ele. O problema é que elefantes adultos são grandes e gordos. O meu nem permite mais que eu assista tv. Nem dá vontade, para falar a verdade. Porque quando me sento no sofá só vejo o tal elefante na minha frente. Nada mais das minhas séries, o elefante tampa toda minha visão. Certa vez, decidi que era hora de removê-lo do meu espaço. Fiquei pensando se era melhor chamar os bombeiros, o pessoal do zoológico da UCS... ou o quê. Mas conclui que ninguém conseguiria  conduzi-lo para fora de minha casa mesmo...
Se fico só no quarto e passo dias sem alimentá-lo, pam! de novo. Não tem nada de engraçado num elefante adulto. Ele brame e do quarto ouço barulhos ensurdecedores. Eu até estou tentando seguir conselhos e empenho-me em ignorar o animal. Mas um elefante merece respeito. Eu nem sei se gosto dele ou não. Eu preciso aprender a falar elefantês urgentemente! Preciso me fazer entender. Perguntaria se ele não tem mais o que fazer. Quem sabe assim vá embora de uma vez! Ou sei lá, ele poderia até ficar! Ah... se pelo menos ele saísse da frente da tv um pouco... Juro que até consideraria a possibilidade de o convidar para assistir minhas séries comigo. Era isso. Eu só precisava falar do elefante, por respeito.

 Instalação "Elephant in The Room", do artista Banksy

Um comentário:

  1. Carta perdida 2/4

    Aqui está a segunda carta perdida. Os meios digitais serviram muito para que eu continuasse tendo notícias suas, de certa forma. Quantas vezes acessei esse blog só para ver se você tinha postado algo. E, nesse caso, lia e relia cada palavra, com mil interpretações na minha cabeça. E eu acho que esse post do elefante, junto com o outro do título, foram os mais emblemáticos. Os que eu mais senti que talvez você tivesse escrito pensando em mim.
    Mas ainda bem que houve um dia que eu te liguei. E apesar de continuar sendo um contato digital, eu pude ouvir sua voz. Mais adiante nós começamos a sair e quebramos de vez a barreira tecnológica que existia entre nós. Mas sempre que penso nesse blog vejo que ele é uma parte fundamental da nossa história.
    Enfim, a próxima carta perdida está onde pegamos na mão um do outro pela primeira vez. Você lembra? Para mim aquela foi uma noite mágica, memorável. Me mande uma mensagem que eu dou mais detalhes da localização.

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